ANDALUZIA - A Sevilla de Giovana Teles....
Sevilla é uma cidade para “perder-se” ...
Sevilla convida a aproveitar os espaços públicos. A Plaza de España parece querer abraçar cada um dos que passam por ali para ver os azulejos sevillanos, coloridos, com representações das províncias do país. No verão, a fonte central ajuda a refrescar o calor escaldante. A praça é de 1929, já foi usada como cenários de filmes de ficção. A praça fica dentro de Parque de Maria Luísa, uma doação a infanta Maria Luísa à cidade, no fim do século XIX.
O Parque de Maria Luísa ficou ainda mais especial depois que soube do monumento a um dos melhores escritores românticos: o sevillano Gustavo Adolfo Bécquer. Tive a honra de conhecer a obra de Becquer pelas mãos de David Hurtado Torres, outro musico, escritor e amigo. Um busto do escritor fica ao lado da estátua de três mulheres, em tamanho real, que representam o principal tema das Rimas de Bécquer: o amor que chega; o amor que vive e o que morre. E, falando de literatura, a principal rua comercial do centro de Sevilla aparece em romances de ninguém menos que Miguel de Cervantes. E, no meio da agitação de vendedores e compradores, uma placa lembra que a rua com formato de serpente é parte das histórias da mais importante figura da literatura espanhola.
E o flamenco ... essa arte , mescla dos andaluzes, árabes, judeus, ciganos está por parte na cidade. Há uma “escola” de flamenco sevillana, de baile leve, em que os bailaores parecem flutuar. A Casa de la Memoria e o Museo del Baile Flamenco oferecem espetáculo de alto nível e , como são espaços pequenos, são shows quase “exclusivos” para cerca de 30, 40 pessoas. O Museo del baile flamenco , além de ter um espaço didático para explicar o que é essa arte e seus fundamentos, guarda um acervo emocionante da história do flamenco moderno: os figurinos dos filmes de Carlos Saura que divulgaram para o mundo o baile emocionante de Antonio Gades e Cristina Hoyos. Impossível não se emocionar ...
Pelo flamenco e por Sevilla se apaixonou nosso João Cabral de Melo Netoque definiu, como ninguém, as marcas que essa cidade deixa na gente:
“Carregamos Sevilha, os dois,
Quem foi e quem lá nunca foi.
Sevilha é como uma atmosfera
Que nos envolve, onde quer que seja,
Que levamos onde que formos
E que cria pra mim um entorno
Que é Sevilha ...
Que onde quer que estejamos sozinhos
Nos traz Sevilha, seu dentro íntimo,
De uma casa que vai comigo
E que invoco quando é preciso.
Então, muda todo o ambiente,
Eis-nos em Sevilha, de repente ...”
Giovana Teles é jornalista, completamente apaixonada pelo flamenco e tem certeza que Andaluzia é a sua casa espiritual.
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Andrea L. Pires
Com Salto e Asas