ARAXÁ.... para pequenos deleites!
Sem nenhuma ambição de planejamento para o roteiro, me permiti essa pequena “fuga” do dia-a-dia e fui surpreendida pela riqueza cultural e prazer. Uma imersão num pedaço da história do Brasil, desfrutando de regalias e deleites a preços justos.
Um pouco da história....D. Beija, a maior cortesã que o Brasil conheceu....
Considerada a alegria dos homens e o pavor das mulheres...foi a maior cortesã que o Brasil conheceu. Beija foi raptada pelo ouvidor do rei, desgraçando sua vida e seu grande amor que ficou em Araxá. Por dois anos viveu como amante do Ouvidor, quando se transforma numa cortesã em sinal de vingança. O “tal” a abandona quando se transfere para a Corte em Portugal e Beija, já como cortesã conhecida, decide voltar para seu amor em Araxá. Como o tempo é cruel, seu amor estava casado. Ela então promete não amar a nenhum outro homem e funda a Chácara do Jatobá, um bordel que além de ter se transformado em mito, escandalizou as famílias mais conservadoras de Araxá. Sua fama varreu o Brasil, e muitos homens vinham de longe para se deitar com Beija e descobrirem seus encantos e beleza. Sem conseguir esquecer o amado, manda matá-lo, mas foi absolvida de seu julgamento, graças aos amigos. Desiludida, deixa Araxá, se mudando para Bagagem (hoje Estrela do Sul) onde chegou a tocar garimpo e ganhou muito dinheiro com os diamantes.
A viagem tornou-se especial já no início, imaginando a vida dessa mulher marcante que é um pedaço da nossa história no Brasil. Observando a estrada, as paisagens são diferentes para quem vive na cidade e as paradas engraçadas retratando bem o interior do país e a simplicidade do homem do campo. Aproveitei para experimentar e relembrar as comidinhas de estrada, ouvir as conversas no balcão das lanchonetes e observar os costumes...e assim a viagem foi ficando colorida....fui transformando uma pequena viagem, numa grande experiência....
Os salões, lustres de cristais, vitrais maravilhosos e as janelas com vistas para os jardins são um espetáculo à parte. As terraças merecem ser visitadas à noite por oferecerem uma visão “hollywoodiana” da paisagem noturna iluminada. Muita coisa perdida nessa região e muitos “causos” deveriam ser histórias e não lendas.
Além disso, o Hotel oferece trilhas, caiaque, arco e flecha, quadra, tênis, cavalos, charretes...passeios históricos na redondeza, cuja atração é a fonte D.Beija, chamada antigamente de Fonte da Jumenta. E na frente do hotel, uma Igreja perfeita para um momento de reflexão. Vale muito programar visita ao Museu de D.Beija e conhecer um pouco os costumes do Brasil Colonial e sua história. O museu fica num sobrado onde viveu a cortesã, na Praça Matriz. Foi criado por Assis Chateaubriand, quando se encantou com sua história. Como são poucos documentos que comprovam sua existência, esse museu mostra fotos de seus filhos, alguns objetos pessoais e documentos de propriedades. Beija nunca deixou retratar-se e a beleza ainda hoje penetra no imaginário masculino....
Termas e Massagens .....todas merecemos um dia de Beija.....
As termas são o ponto alto. Famosas pelos banhos terapêuticos e embelezadores.
Conta a lenda sobre a “Fonte da Jumenta”, cuja água concedia juventude, saúde e beleza era o local que D.Beija banhava-se todos os dias. Aproveitando a mágica do local, fiz um programa completo com banhos e massagens. O Hotel é ligado por um túnel direto às termas, cuja história é muito bem contada pelo guia, em tour para grupos de turistas. Esse local foi utilizado como “hospital” para tratamentos medicinais. Hoje, é um SPA indicado para aliviar o stress do dia-a-dia com banhos terapêuticos e massagens. Dizem que os banhos de lama curam artrite, problemas de pele e inflamações.
A massagem foi um capítulo à parte. Optei em fazer com um deficiente visual como uma nova experiência. O toque desse massagista foi diferente de outros, pois ele precisava conhecer, pelo tato, a estrutura do meu corpo. Qual foi minha surpresa quando ele, rapidamente e sutilmente, identificou os pontos de dores e tensões. Eu, já entregue ao relaxamento, eis que ele me pergunta de sobressalto se meus olhos eram verdes...no susto de ser surpreendida...retruquei... “ué! por que?” E ele me diz com muita certeza que nem tive coragem de contestar, “pelo contorno de seu rosto e a forma dos cabelos, seus olhos devem ser esverdeados...” e me lembrei da tão conhecida frase atribuída a Antoine de Saint-Exupéry ...Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos....e aquele deficiente (?) me pareceu enxergar com o coração sem saber o que era belo ou não, sem receio de expor sua sensibilidade e convicção! Quantas pessoas dotadas de olhos sadios não conseguem ver uma pequena beleza ou qualidade no “outro”? e a partir daquele dia, meus olhos ficaram verdes, para mim e para ele.
Poutz não sabia que araxá tinha tantos programas assim! Eu com certeza gostaria de prestigira msi esse lugar histórico do nosso querido Brasil!
ResponderExcluirPor que será que lembrei de uma tarde no Parque da Cidade, em Brasília, com você, rsrsrsrsrsrs????
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