ANDALUZIA – A Granada que conheci....
(Agustin Lara)
Granada, tierra soñada por mi, mi cantar se vuelve gitano cuando es para ti...
mi cantar hecho de fantasia, mi cantar flor de melancolia, que you te vengo a dar... Granada, tierra ensangrentada
en tardes de toros, Mujer que conserva el embrujo de los ojos moros de sueño rebelde y gitana cubierta de flores y beso tu boca de grana jugosa manzana que me habla de amores
Granada Manola cantada en coplas preciosas no tengo otra cosa que darte
que un ramo de rosas de rosas de suave fragancia que le dieran marco a la Virgen Morena...Granada, tu tierra está llena de lindas mujeres de sangre y de sol
Sim...Plácido Domingo embala essa viagem com muita certeza do que canta....com intensidade e fervor, porque Granada é assim...
A cidade tem essa mescla viva de árabes, ciganos e judeus, encravada na sua geografia e história através das cuevas de Sacromonte, do mercado árabe, das teterias (casas de chás), da vida boêmia de seus bares, dos poemas de Lorca e da forma “Andaluza” de viver...a velocidade de Granada nos impõe seu freio...não tenha pressa! Suba cada ladeira bem devagar, descubra-a e se descubra, pois o silêncio de suas ladeiras nos proporciona uma intimidade individual preciosa.
A História nos diz que....
A cidade foi um reduto de árabes, judeus e ciganos que conviveram pacificamente até conquista dos reis católicos, 1492. (ultima cidade conquistada). O ultimo rei muçulmano “Boadbil” ficou famoso pela forma que se rendeu, assegurando que seus súditos fossem tratados sem violência. Conta a lenda que em sua partida para o exílio, em prantos, sua mãe lhe disse “Llora como mujer lo que no supiste defender como hombre”. Triste e derrotado, seguiu para Fez (Marrocos) onde morreu em batalha contra os povos do deserto em 1528.
Granada sobreviveu assim : igrejas construídas nos bairros judeus e árabes se misturando a arquitetura moura, vários andaluzes, árabes e judeus convertidos e muitos excluídos na região montanhosa. Cenário mais que favorável para o aparecimento do flamenco na cidade. Por ter sido um reduto de ciganos e árabes, o flamenco aqui nasceu nas “fiestas das cuevas” quando se reuniam sorrateiramente à noite para lembrarem, cantarem, dançarem e lamentarem sua condição de foragidos e excluídos.
Para sentir Granada, não deixe de ....
§ Subir a “calle” que cotorna Alhambra e o Rio Darro e descobrir o Bairro de Albaicín, até o mirante San Nicholas
§Dedicar um dia inteiro para Alhambra e toda sua extensão.
Seguindo a “Carrera Del Darro”, contornando Alhambra e descobrindo o Bairro ALBAICÍN
Em Albaicin tem a escola Carmen Cuevas, onde pela 1ª. vez fiz aula de Flamenco e História. Uma comunidade de pessoas de várias nacionalidades e idades que compartilham dias intensos nas aulas de Espanhol, de Flamenco e História do Flamenco. Nesse caso, sugiro hospedagem no alojamento da escola (que oferece excelentes opções de apartamentos e casas) e assim poder desfrutar o bairro integralmente, pois, não há hotel e pousada por aqui.
À Noite, não deixe de conhecer, na Carrera Del Darro o “Le Chien Andalou”, local típico de shows flamencos e reduto de artistas famosos da região de Andaluzia.
Viajando nas histórias de ALHAMBRA...
A melhor forma de conhecer Alhambra é passar o dia inteiro sem nenhum outro compromisso. Se possível, tenha em mãos “Cuentos de Alhambra” de Washington Irving e entre uma caminhada e uma descansada, leia e viaje nas suas histórias e lendas que ele escreveu quando morou no Palácio.
Programe essa visita com antecedência e recomendo comprar os ingressos com antecedência para não enfrentar fila no dia da visita. Geralmente o passeio dura uma média de 4 horas. Sapatos e roupas muito confortáveis são essenciais. Aproveite muito os jardins de Alhambra para um picnic, um descanso e para admirar com a calma necessária toda a extensão da Medina.
À noite, descubra a praça de restaurantes e bares que tem a vista para encosta de “Alhambra” sua muralha iluminada e se permita esquecer a hora..deixe a madrugada chegar....
SACROMONTE e suas Cuevas…um museu a céu aberto....
Subir Sacromonte requer muita paciência. O caminho é íngreme e cansativo, mas de uma beleza única. Observe a quantidade de alecrim que cresce aleatoriamente. O alecrim (chamado de Romero em Espanhol) é conhecido desde a antiguidade como uma planta para banho, unção e defumação. Para os ciganos, uma planta de limpeza e proteção. Todo o caminho para Sacromonte é contornado por Alecrim e seu cheiro exala um perfume restaurador.
Seguindo e subindo de dia, passando pelas cuevas, a paisagem começa a se distanciar e quase que se transforma numa pintura. Aos poucos o museu começa a aparecer. Tudo muito preservado. Logo na entrada, você recebe uma orientação sobre a organização do local. Desfrute cada cueva e suas histórias.
Depois de conhecer Sacromonte, certamente, você entenderá porque Granada é um Oásis, uma visão para puro deleite e prazer e porque foi cantada com tanto fervor.
Andrea, uma verdadeira aula. Muito bom. Parabéns. Fui a um show de flamenco numa cueva, caminhei ao longo do rio Darro, enfim, vivi momentos inesquecíveis em Granada. Espero voltar um dia, porque adorei a cidade e as pessoas. Abraços.
ResponderExcluirHelmut
Helmut, que delicadeza sua resposta. Muito obrigado. Que bom que você vivenciou muito mais que um passeio turístico,mas um retorno à história...e quiçá...nossas raízes....este ano pretendo voltar à Granada. Não tem um dia que não penso nesta cidade. Abraços!
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